terça-feira, 1 de maio de 2012

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA (II)

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA (II)
PARA A SUA MEDITAÇÃO NESTE MÊS DE MAIO
            Entre os imensos frutos de revigoração do fervor que a Efusão do Espírito Santo tem gerado entre nós, temos observado um que é especialíssimo por se referir à devoção a Nossa Senhora: o mesmo Espírito Santo que gerou Jesus no seio de Maria tem inspirado cada vez mais os batizados a assumir a filiação a esta Mãe Santíssima, que nos foi entregue por seu Filho ao pé da cruz. Nós a assumimos como Mãe e temos renascido espiritualmente dela.
            O centro da nossa vida cristã é Jesus. Por isso, com esta consagração nos entregamos a Jesus pelas mãos de Maria. Com esta entrega fazemos a renovação das promessas do nosso batismo. Na verdade o que fazemos com a consagração é prometer a Jesus viver as promessas do nosso batismo com Nossa Senhora.
             Pelo Batismo, renunciamos a Satanás e a compactuar com suas obras, renunciamos ao pecado e a fazer prevalecer a nós mesmos. Na entrega total a Maria, renovamos esta renúncia e ainda damos expressamente a Nosso Senhor, pelas mãos dela, o valor que Deus quiser dar às nossas ações e orações. Jesus se deu inteiramente a nós e o quis fazê-lo pelas mãos de Nossa Senhora, e agora nós devolvemos inteiramente a Ele também do mesmo modo: pelas mãos de Nossa Senhora.
            Um grande sinal desta entrega é o aumento significativo da prática tão antiga e nova da consagração total a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, ensinada por São Luís Maria Grignion de Monfort. O que posso testemunhar acerca desta consagração, é que tem sido grande fonte de libertação interior e de conversão a Jesus Cristo.
             A consagração consiste em entregar-se inteiramente à Santíssima Virgem, a fim de, por ela, pertencer inteiramente a Jesus Cristo. Nesta consagração nos entregamos: nosso corpo, nossos bens exteriores, nossos bens interiores. Entregamos a Nossa Senhora tudo o que temos na ordem da natureza e da graça.
            Com a consagração passamos a fazer todas as nossas ações por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, a fim de fazê-las mais perfeitamente por Jesus, com Jesus, em Jesus e para Jesus.  
            Parece algo contraditório, mas o que se comprova na prática é que este ato de consagração, através do qual clamamos a Maria que nos apresente a Jesus na qualidade de escravos, entregando à sua administração todos os possíveis méritos de nossos atos e orações, traz imensos frutos de libertação para nossa vida.
            A imensa graça deste ato de consagração tem arrebatado imediatamente a uns, que a fazem sem nada perguntar, outros querem ardentemente fazê-lo, mas surgem no seu coração certos temores, especialmente no que se refere ao seu papel intercessor: "Se fizer este ato de consagração, não poderei mais interceder especificamente por aqueles que me pedem orações? Não poderei oferecer por eles atos de sacrifício? Estarei me tornando escravo de Nossa Senhora ou de seu Filho Jesus? Entregarei meus méritos a Nossa Senhora ou a Jesus?"
            Isto não significa sermos impedidos de interceder por aqueles que nos pedem orações. Mas significa deixar que Deus tome inteiramente em suas mãos os resultados de nossos atos e orações, e o faça pelas mãos daquela que foi escolhida para que Jesus, fonte de toda graça, viesse habitar em nós e nos dar tudo o que somos, temos ou fazemos. Maria é a porta por onde recebemos Jesus e toda graça; é também a porta por onde devolvemos a Jesus o direito sobre tudo o que temos, somos e fazemos.
            Consagrar-nos a Jesus pelas mãos de Maria não é um favor que fazemos a Jesus, nem um sacrifício, mas uma grande bênção, um imenso dom, uma profunda alegria, e a restauração da consciência de uma verdade fundamental da nossa vida: somos dele, somos, portanto de sua e nossa Mãe, Maria!
            A nossa entrega a Maria precisa se efetivar na nossa vida através de atos concretos de humildade e vivencia do evangelho. Depois de nos consagrar a Jesus por intermédio dela, torna-se um absurdo ainda querermos fazer prevalecer nossa pessoa, nossas idéias, nossa vontade em qualquer situação da nossa vida diária.
            Se estivermos dispostos a abraçar esta grande graça de estar no lugar escolhido por Jesus e Maria nesta terra, vale a pena nos consagrar a Nossa Senhora. Mas se ainda desejamos conservar algum direito para nós nesta vida, nos preparemos melhor para viver esta devoção, porque ela envolverá desde as pequenas às grandes situações que encontraremos.
            Através daquela por quem veio a nós o Servo dos servos e foi a primeira a servir a Deus sem reserva, com a entrega total de sua vida, podemos nos consagrar, segundo a devoção ensinada por São Luís de Monfort, sabendo estar renunciando a todo pretenso direito, não só na outra vida, mas desde já, em cada situação do nosso dia-a-dia.
            Sabendo disto, como pode alguém que se consagrou a Jesus pelas mãos de Maria ainda exigir direitos, consolos, regalias, reparação de ofensas recebidas, considerações, atos de gratidão ou prevalência da sua opinião diante de alguém? Tudo isto, até somos capazes de sentir, porque somos humanos e tais desejos se levantam dentro de nós. Mas um consagrado a Jesus por Maria rejeita tais pensamentos e até os confessa se neles consentiu ou agiu.
            Submetamos a cada dia todos os nossos desejos aos de Jesus e Maria, de modo que se os nossos não forem conforme os deles possamos deixar que sejam aniquilados, e com eles todo egoísmo que nos separa de Deus, para chegarmos à união completa com Ele. E que o Senhor conceda mais e mais aos corações dos batizados o desejo de consagrar-se a assim a Jesus para sempre, pelas mãos de nossa querida Mãe!

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